Uma visão geral da economia do Brasil em 2014

O ano de 2014 poderia ter sido melhor para a economia brasileira, contudo diferentes fatores contribuíram para uma resseção que não deixará saudades. A economia cresceu apenas 0,14%, o que representa uma queda em relação a 2013, quando o crescimento foi de 2,3%. Outros números também não são animadores, como a da inflação, que ficou próximo do teto atingindo 6,76% em setembro e com um pequeno recuo nos meses de novembro e dezembro quando foram registrados 6,55%.

Situação econômica do Brasil em 2014O próprio Ministério da Fazenda utilizou o Boletim Focus para estipular a taxa de crescimento da economia. Os dados servem como avaliação da gestão de Guido Mantega, que está de saída da pasta e não deve voltar tão cedo. Durante o período que ficou à frente da Fazenda, o ministro viu o valor do dólar disparar como não era visto há muito tempo. A moeda americana chegou a custar R$ 2,80 (Dólar Turismo Venda), porém pouco prejudicou as importações e viagens ao exterior.

A balança comercial acabou sendo desfavorável ao país, que registrou um maior número de importações do que de exportações. O acumulado do ano contou com US$ 220,329 bilhões (média diária de US$ 895,6 milhões) de produtos que saíram, enquanto as importações foram no total US$ 225,113 bilhões (média diária de US$ 915,1 milhões). Levando em consideração a média diária em 2013, as exportações diminuíram em 6,6% e as importações tiveram queda de 4,2%. Vale lembrar que esse quadro desfavorável não ocorria desde 2000.

A indústria brasileira teve um 2014 fraco, sendo que alguns meses o crescimento estagnou. O desempenho não foi bom vários setores, entretanto houve uma leve alta em dezembro, quando o registrou R$ 35,3 bilhões contra R$ 33,7 bilhões de dezembro de 2013. O que representa uma alta de 4,7%. O aumento nas contratações em 2014 foi de 2,49% e é esperado que em 2015 esse percentual seja de apenas 1,02%.

A agricultura e pecuária também cresceram, mas não como em 2013, quando estas foram determinantes para o crescimento do PIB naquele ano. O Produto Interno Bruto do Agronegócio cresceu 3,8 em 2014 e os números serão menores em 2015, pois a estimativa é que o crescimento seja de 2%.

Outros setores como a construção civil ficaram abaixo do esperado. A taxa de crescimento foi de apenas 0,5%, bem aquém do ano de 2013 quando o aumento foi de 1,6%. O comércio também teve um o menor crescimento em 3 anos, registrando 3,1% de alta. Para 2015 é esperado 3,8% se as coisas continuarem como estão.

Os números abaixo do esperado diminuíram a credibilidade das contas públicas. Sem contar a queda na receita do governo e a alta nos gastos, sobretudo por conta das obras faraônicas para a Copa do Mundo. Durante o período do evento a indústria e as exportações quase foram paralisadas. A única salvação para a economia não se concretizou: a concessão de ferrovias, rodovias e de portos, atrasaram e com isso os investimentos não foram feitos a tempo para melhorar o desempenho econômico do país.