Desbravadores do mundo das finanças

Bruno, Rafael, Danilo, Oliveiro, Marcos e Robson: eles têm entre 20 e 29 anos e mais de 200 clientes na Econométrica

Quem vê o tamanho da responsabilidade que eles enfrentam não imagina que sejam tão jovens. O mais velho do grupo tem 29 anos, é o Bruno Agrélio Ribeiro, graduado em Economia pela Universidade de São Paulo. Ele e mais cinco amigos, todos na faixa dos 20 anos, atendem a mais de 200 clientes interessados em desvendar os segredos do mercado financeiro. Aliás, é esse o lema da empresa criada pelo grupo, a Econométrica Investimentos: propagar a inteligência financeira. E a missão não poderia ser menos ambiciosa: tornar-se centro de excelência nessa propagação.

Sediada no principal edifício comercial de Teresina, o Eurobusiness, a Econométrica foi fundada em junho de 2008 e já é referência quando o assunto são as finanças. Foi para atender a demanda existente no mercado piauiense por um trabalho especializado de consultoria na área que a empresa foi criada. Segundo o sócio Robson Brilhante, que falou ao TM por e-mail, até então os investidores locais só possuíam os grandes bancos como consultores econômicos, cujos profissionais geralmente não conheciam os melhores produtos do mercado financeiro.

Econométrica InvestimentosRobson é o integrante mais novo da equipe Econométrica, tem 20 anos de idade. Embora seja solteiro, é também o único que possui filho, um garoto de 4 anos. Natural de Natal, hoje mora em Teresina, onde gosta de “sair para balada”. Adora viajar e ler e diz prezar os “amigos de verdade”, os desafios, as conquistas e o aprendizado da caminhada para o sucesso. Robson é acadêmico de Direito, mas escolheu o mercado financeiro para atuar, pois acredita se tratar de um mercado em ascensão e, por isso, o melhor para ser desbravado.

“O mercado financeiro é o único mercado de trabalho que, simultaneamente, correspondia a dois anseios nossos: primeiro, se trata de um mercado que remunera muito bem um tipo de profissional muito presente no Piauí, o indivíduo esforçado e com grande capacidade de estudo. Além disso, é o único mercado cuja matéria-prima é o dinheiro. Assim, é perfeitamente possível colocar todos os conhecimentos de finanças e empreendedorismo em prática”, argumenta Robson Brilhante.

Jovens universitários

Assim como ele, os outros sócios da Econométrica ou ainda são estudantes ou recém-egressos da universidade, jovens entre 20 e 29 anos e que vieram de áreas acadêmicas distintas: Oliveiro Ribeiro Junior (bacharel em Direito), Marcos Dimitri (estudante de Direito) e Danilo Feitosa (bacharel em Química).

Apenas Bruno Agrélio e Rafael Fonteles já atuavam profissionalmente, antes da Econométrica. O primeiro, único da equipe graduado fora do estado Piauí, atuava como professor de MBA’s da Fundação Getúlio Vargas, além de ter trabalhado no banco JP Morgan, nos Estados Unidos, e no banco alemão Dresdner.

Já o piauiense Rafael Fonteles, de 24 anos, bacharel em Matemática, lecionava a disciplina. A fascinação por números e por raciocínio lógico o levou à área econômica e, consequentemente, à sociedade na Econométrica.

Hoje, entre outras atribuições, ministra muitos dos cursos oferecidos aos clientes pela empresa, como os de Análise Técnica Avançada e de Matemática Financeira. Também ministra cursos pela Econométrica o colega Marcos Dimitri, de 24 anos, que adora viajar, assistir filmes e sair com amigos nas horas vagas. Influenciado pela família, ele ingressou no curso de Direito, após ter abandonado o curso de Engenharia da Computação, mas acabou se voltando para a área econômica. O resultado dos cursos e palestras foi essencial para o grupo perceber que estava no caminho certo do empreendedorismo.

“Percebemos isso quando entendemos que nosso maior objetivo, o de educar financeiramente os potenciais clientes, era também a melhor maneira de atraí-los, haja vista o grande desconhecimento do público sobre o assunto. Propagar a inteligência financeira é a única maneira de convencer o investidor a correr riscos. É possível mostar, por exemplo, que muitas vezes seu dinheiro aplicado em renda fixa está trazendo perdas, na medida em que há alternativas na renda variável com maior custo-benefício”, diz Robson Brilhante.

Crescer 20 vezes em cinco anos

Em pouco mais de um ano de atividades, a Econométrica Investimentos conseguiu expandir para cinco o número de funcionários, além dos seis sócios. O grande objetivo, a ser atingido dentro de cinco anos, é multiplicar o tamanho da empresa por 20. Para isso, são constantes os investimentos na capacitação dos profissionais e no estímulo para mais jovens ingressarem na área financeira.

O destaque é o Laboratório de Estudos em Finanças e Empreendedorismo (Lefe), composto inicialmente por sete jovens talentos, primeiros colocados em vestibulares e premiados em Olimpíadas de Matemática e Ciências Naturais. A idéia do Lefe é que os jovens integrantes tenham acesso a fontes de pesquisa exclusivas e conheçam a prática das negociações e acompanhamentos do mercado financeiro. Além disso, que a empresa possa formar um grupo de gestores, certificados pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), especializados em análise Técnica, Fundamentalista e Quantitativa.

“Dois dos integrantes do laboratório, inclusive, são sócios da Econométrica e bem adiantados nesse sentido: Danilo Feitosa, que está ingressando no mestrado em finanças quantitativas no Rio de Janeiro e Oliveiro Junior, dedicado quase exclusivamente a estudar para a prova de certificação da Anbid, realizada já no primeiro semestre de 2010”, adianta Robson Brilhante.

Natural de Teresina, Danilo tem 22 anos, é solteiro e usa as poucas horas livres do dia para ler artigos sobre o mercado financeiro. Para ele, o bom da vida é superar desafios profissionais e acadêmicos. Por isso, abandonou a carreira de químico. “Escolhi o mercado financeiro, pois é um mercado que traz, simultaneamente, grandes desafios e retornos tanto financeiros quanto pessoais”, aponta ele.

Oliveiro, de 24 anos, outro talento descoberto pelo Lefe, além de ler, adora sair para a balada e viajar. “Um grande amor” está entre as coisas que mais preza na vida, além dos “amigos de verdade” e das “conquistas ao longo da caminhada para o sucesso”. Ele acredita que integrar o Lefe é uma grande oportunidade na carreira: “Nosso objetivo é criar o primeiro fundo de investimento genuinamente piauiense. Muito outros jovens talentos têm interesse em conhecer a área de negócios, mas no Piauí ainda não é fácil optar por este caminho”.

Responsabilidade Social

Se o caminho é difícil, a Econométrica Investimentos segue contribuindo para facilitá-lo. Seja por meio de cursos e eventos que visam educar os clientes, seja pela consciência social de jovens que conseguiram enxergar além das dificuldades do mercado de trabalho. Questionados sobre a relevância dos investimentos em responsabilidade social, eles consideram que o empreendedor deve ser um sujeito ativo na transformação de sua realidade.

“Apesar dos consideráveis avanços, a verdade é que ainda vivemos num mundo onde as condições mínimas para cada indivíduo buscar seu ‘lugar ao Sol’ não estão garantidas. Assim, todo empresário deve investir em responsabilidade social: primeiro, porque se trata de um indivíduo que, como todos os outros, devem atuar na sociedade colaborando com os próximos menos favorecidos; segundo, porque como um indivíduo empreendedor, espera-se sempre  dele uma participação mais ativa na realidade que o cerca”, consideram.

E como bons desbravadores do mundo das finanças, recomendam: “Para ter sucesso nas áreas profissionais ligadas à Economia, é necessário, como em qualquer área concorrida, muito esforço e capacidade de estudo. Contudo, além disso, há um diferencial importantíssimo: controle emocional. Os profissionais da área estão sempre lidando com dinheiro de terceiros, o que, bem ou mal, nós sabemos que é a parte mais importante da vida da maioria das pessoas” e completam: ” Assim, é muito importante ter sangue frio para tomar a decisão correta”.